- quero que me indique um livro de um autor português, que não seja deprimente, que me alegre, que seja leve e que me surpreenda, se é que ainda há alguma coisa que surpreenda
- autor português?
- sim e não quero lobo antunes, nem saramago (o lobo antunes é que devia ter ganho o nobel), nada de gente a destilar ódio. uma coisa alegre.
- que tal um livro de contos do mário de carvalho?
- olhe eu vou ser sincera... eu sou... eu não devia dizer o que sou mas digo, sou professora de português e estou farta de mários de carvalho a debitarem porcarias, percebe? quero uma coisa bem disposta
- tem aqui as reedições dos policiais do dennis mcshade, que era um pseudónimo do dinis machado
- é tipo o quê?
- é uma paródia ao policial noir, com um assassino...
- policial noir não sei o que é. é tipo agatha christie?
- não, é mais estilo americano... é uma paródia, o personagem principal é um assassino profissional que bebe leite por causa de uma úlcera.
- é como eu! acho que levo, deixe cá ver. tem bom aspecto... quem é que traduziu?
- ...
- "mão esquerda do diabo", este título, não sei, mas bom, o diabo existe, temos de aprender a viver com o bem e com o mal. levo!
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Há 4 anos
15 comentários:
é por pessoas assim que existem os gráficos, os maquilhadores de livros, se se pode dizer assim.
Gosto muito dessa Senhora.
Principalmente da parte do "estou farta de mários de carvalho a debitarem porcarias, percebe? quero uma coisa bem disposta"
a thing of beauty.
Miguel Caldas
nunca te queixes, isto é precioso. «é como eu!» - sim, a thing of beauty.
que pena a penultima frase, estava perfeita.
e vim.....felizmente!
por indicação especial do Luis Guerra!
Tive uma professora muito parecida com essa. Ensinava semiótica na sem saber quem era o Boris Vian :)
Há casos em que compreendo a violência doméstica....
Porra, ó Pedro Vieira, nem o Vasco Pulido Valente conseguiria ser tão sectário mesmo que tentasse.
Afinal, um livreiro vende livros ou goza com as clientes? Ai, se eu fosse o patrão da livraria...
Zé
Era capaz de arriscar que a cliente é assinante das Seleções Reader`s Digest e já não tem mais "saco" para guardar calculadoras e agendas digitais electrónicas, além de livros com três quilos, só na capa.
Compreende-se pois a hesitação, porque nunca se sabe o que vem atrás de um livro. Ou à frente...
Há leitores eclécticos, que lêem por prazer, e se estão nas tintas para o que outros podem pensar deles. Eu também sou assinante das Selecções (e leitor desde miúdo) e não tenho que me envergonhar por as ler. E, já agora, leio o Pato Donald, de preferência dos antigos, antes das versões politicamente correctas e ecológicas. Leio aquilo me agrada e não aquilo que outros parecem entender que devo ler. E depois? Isso é sinal de alguma inferioridade intelectual ou cultural?
sim.
Ah, bom, assim fico esclarecido. Retiro-me humildemente, na minha inferioridade intelectual e cultural, cogitando embora: há certas pessoas tão cultas, tão inteligentes, com tantas certezas, que nem a cagar erram o chão. "Assim houvera eu de ser / Não fora não querer." Passar bem.
José Cipriano Catarino
Lá calha
nada tenho contra o ecletismo. também li muito Pato DOnald e afins.
O que é triste é a apologia da ignorância e, principalmente, quando se faz uma crítica a desvalorizar uma obra literária. E, ao fazê-lo, se exiba a mesma ignorância mas de forma arrogante e cheia de pretensão.
Sobretudo se vinda de uma classe que tem a responsabilidade de educar o gosto pela leitura.
csd
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